Nessa entrevista falamos com um cara que já tem o nome em destaque no Off Road à muito tempo, Rigor Rico está a muitos anos no motociclismo Off Road, mas nos últimos tempos vem se destacando a mesma altura em que o Hard Enduro vem crescendo no nosso país. Acho que podemos dizer que hoje ele é um dos maiores representantes da modalidade no MercoSul, nessa temporada Rigor defende a Austríaca KTM que vem com um forte investimento no motociclismo nacional, confira a seguir o nosso papo com o atleta!
SR: Fala Rigor, primeiramente muito obrigado pela oportunidade de trocar essa ideia com você, pra começarmos quando e como você começou a andar no Off Road?
RR: Prazer em dar essa entrevista para vocês, vamos lá: comecei em 2004 quando meu pai me deu uma DT180, meu pai e meu irmão mais velho já andavam aos finais de semana e eu era completamente apaixonado, gostava de vestir a roupa de trilha deles e ficar vestido assim em casa. Comecei fazendo trilha na companhia deles e de alguns amigos. Fui aprendendo rápido, tendo facilidade e depois de muita conversa fiz minha primeira corrida em 2006 (meus pais não deixavam a gente correr por nada, achavam muito perigoso) participei do Mineiro de Enduro Fim e ganhei. Ai aos poucos fomos achando nosso espaço, e não paramos mais, a historia é longa (risos).
SR: Alguns pilotos que estão se destacando no Enduro em geral na atualidade migraram de outras modalidades como o Motocross por exemplo, mas sabemos que você é nascido e criado na trilha você enxerga isso como vantagem ou desvantagem?
RR: Um pouco dos dois, sempre tive facilidade de andar em terrenos mais técnicos, como pedras e mais dificuldades, isso me dava vantagem em provas mais duras e sempre me destacava. Aos poucos o Enduro FIM foi ficando cada vez mais rápido, muitos trechos de motocross e perdia um pouco de tempo, eu não era lento mas sentia dificuldade. Assim hoje acredito que quem vem do motocross tem essa base de velocidade/agressividade e curva muito boas, assim aprendem andar em trilha não tao técnicas com certa facilidade e fica um piloto completo e rápido. Para o Hard sem duvida ter a base da trilha é mais importante, por isso me destaquei mais.

SR: Muitos dos pilotos de Enduro e Trail usam as pistas como parte do treinamento, você possui algum treino feito em pistas e em que isso de ajuda nas trilhas?
RR: Os últimos 3 anos foquei mais no Hard Enduro, assim foquei em ficar técnico em transpor obstáculos, tracionar melhor a moto e em preparo para longas durações. Isso tirou muita minha velocidade que era muito boa. Desde o meio 2016 não entrava em uma pista de motocross, estava inseguro nos saltos e curvas e lento. Minha velocidade para as provas aqui no Brasil está ótima, mas como decidimos fazer essa “empreitada” internacional eu precisava ficar mais rápido nos trechos de velocidade. Ficou nítido no RedBull Romaniacs ano passado, acredito que nos trechos técnicos eu estava nos Top 15, quando eram trilhas rápidas perdia algum tempo andando nos Top 25.
Assim venho tentado treinar MX pelo menos uma vez por semana, a KTM me disponibilizou uma 350cc 4T e já evolui muito, ganhando velocidade e agressividade.
SR: Como e quando você optou por se tornar um piloto de Hard Enduro e quais as chances de crescimento na carreira nessa modalidade você enxergou aqui no Brasil?
RR: Em 2017 corri pela Sherco Brasil e participei do Brasileiro de Enduro Fim e o Brasileiro de Hard, ou seja são modalidades muitos diferentes e é muito difícil você competir em alto nível nas duas. O setup da moto é diferente, a preparação era diferente. Eu precisava escolher uma e quando no final do ano fui terceiro colocado no Enduro Fim, e no Hard fui Campeão ai a decisão ficou fácil. Assim para 2018 fechei com a Beta para fazer somente Hard Enduro, acho que foi minha melhor decisão, venho dominando o cenário nacional de Hard desde 2017. Tenho tesão com meus treinos em circuito travado, em empurrar moto, digamos que achei a minha especialidade
SR: Qual o seu principal campeonato a ser disputado no país e qual sua maior meta internacional com o Hard Enduro?
RR: No Brasil o foco é o HEBS (Hard Enduro Brasil Series) que é valido pelo Brasileiro da modalidade. Nas provas internacionais vou fazer 4 etapas de 8 do WESS (World Enduro Super Series) que é o Campeonato Mundial de Hard, escolhi as mais difíceis e emblemáticas que foram o Extreme Lagares – Portugal (ia ser em Maio mas mudou para Outubro) RedBull Erzberg – Áustria (infelizmente pelo Corona vírus foi cancelado) devo tentar ir no Megawatt na Polônia, RedBull Romaniacs – Romênia, e por fim o Hixpania – Espanha). Meu objetivo nesse primeiro ano é completar todas as provas no TOP 20 e aprender o máximo possível em relação a técnica, preparação física e da motocicleta.

SR: Quando falamos em “HARD”, tem trilheiro que corre e se esconde debaixo da cama (risos), você como um ícone da modalidade hoje qual a palavra de incentivo você deixa para a galera que gela só com o nome da modalidade?
RR: No Hard existe categoria para todos os níveis de técnica e preparo, começa da Iron, Bronze, Silver e Gold (que seria a mais difícil). Se você escolher a categoria certa tenho certeza que você vai se apaixonar pela modalidade. O formato das provas é muito legal, as trilhas são demais e o clima de família no Hard é muito grande. Mas logico você tem de gostar um pouco de sufoco, porque querendo ou não mesmo nas categorias de entrada é uma prova de Hard
SR: Você fechou contrato recentemente com a KTM Brasil, uma marca que é referência mundial e que mostrou que vem forte no setor de competições no motociclismo Brasileiro, como está sendo sua experiência com a marca e como está se sentindo com a nova moto, qual modelo você irá usar?
RR: Foi ótimo receber o convite da KTM Brasil para integrar a equipe oficial, fica claro como o Hard Enduro está em evidência e que meu trabalho está sendo bem feito. Eles estão me proporcionando uma estrutura para que eu possa focar 100% em ser piloto profissional, treinando mais e de uma forma melhor, sobre as motos estou usando um EXC 300 dois tempos para os treinos e corridas de Hard Enduro e nos treinos de Motocross e velocidade estou usando um EXC 350f quatro tempos. Estou muito bem encaixado em ambas, e acredito já ter evoluído muito em relação ao ano passado, as motos tem uma ciclística perfeita e chegamos numa preparação cabulosa no setup da minha moto!

SR: Você costuma publicar inúmeros vídeos da séria Rigor Rico Check, que particularmente acho muito interessante, eu mesmo já usei várias dicas para me sair melhor nas trilhas, já que meu maior costume é com as pistas, mas cada vez mais tenho praticado nas trilhas, como o pessoal do Off Road pode aprender mais com você, existe planos de clínicas e cursos exclusivos para o Hard Enduro?
RR: Hoje em dia já rodo o Brasil todo para ministrar os cursos de pilotagem, na verdade eu faço uma adaptação para cada região, na maioria das vezes o curso é mais focado no Hard porque o Hard é a modalidade que acredito ser mais parecida com uma trilha, porque o piloto vai achar situações no percurso como troncos, pedras, barrancos, subidas mais técnicas, descidas, transposição de obstáculos e muitas outras coisas que ensino e ajudam demais na pilotagem. O curso sem dúvidas muda a cabeça do piloto e sua forma de pilotar, com mais segurança e técnica, por isso está fazendo muito sucesso.
SR: Se compararmos o Hard Enduro do Brasil hoje com o que você já encontrou lá fora o que falta para a modalidade no nosso país crescer em nível e em números?
RR: Acho que é só uma questão de tempo, o Hard Enduro é a modalidade mais nova no Brasil (entramos no quarto ano) e já temos milhares de amantes e praticantes, já batendo de igual para igual ou ate mesmo batendo modalidades com mais de 20 anos, temos provas e Campeonatos com nível técnico e de organização muito forte. Ou seja o Hard Enduro já é realidade.

SR: Para finalizarmos deixamos o espaço pra você mandar um recado para o público do nosso site e também para agradecer todos os seus patrocinadores!
RR: Agradeço ao Show Radical pelo espaço, é uma prazer estar sendo entrevistado por vocês que já acompanho a muito tempo. Agradeço também a minha Equipe KTM Brasil pela grande oportunidade de representar essa grande marca e a todos os outros patrocinadores e apoios que tambám fazem tudo acontecer: PROTORK – 3R – RINALDI – MOBIL – BMS – EDGERS – DYVA – MOTOARTS – DIRTDAD, um forte abraço a todos que torcem por mim, que comecem as provas!
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